quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Nada errado
Se a felicidade é um estado, então eu posso morar nele. Mas eu sei o quanto é entediante ficar em um lugar só com tantos lugares desconhecidos para conhecer. Com tantos sentimentos ignorados para sentir, com tanta vida por aí. É um desperdício de oportunidades. Por isso é bom viajar, mas nada como voltar para casa. Para o estado de felicidade. E isso tem lógica? Nenhuma. É completamente desconexo de tudo aquilo que faz sentido. Você pode estar parada esperando o sinal abrir e de repente, PUM! Você está de volta. Diferentemente igual. Feliz demais para perder tempo com descrições. Completa demais com todo o vazio que pode, e há, dentro de você e de todas as outras pessoas. Você simplesmente está porque sabe que para isso basta ser. E você está sendo, sem saber, às vezes sabendo, mas você está sendo você de volta. Sem medo. Você é só sua novamente. É o sentimento individual mais completo do mundo. É como se todas as cores estivessem de volta. Nada de sépia, ou focos coloridos. As cores estão todas lá. De uma vez só. Você está toda lá. Não há peso. Tudo fica leve. Como boiar no mar. Não há nada que te prenda, além da sua força e da força natural das coisas. Crianças tem me sensibilizado. O mundo inteiro tem me sensibilizado. Os sonhos das pessoas, os meus sonhos, tudo tem sido tão lindo, tão grande que me faz sentir maior. Me faz sentir mais mesmo quando tudo o que eu sempre busquei foi menos. Mas eu descobri que pode ser uma ótima surpresa receber o contrário daquilo que você desejou. Não me leve a sério. Não me leve a lugar nenhum. Estou bem aqui. Muito bem no meu confortável estado de felicidade. Esqueça as regras. É claro que você pode ter tudo que sempre quis, contanto que o tudo dependa unicamente de você. Mas eu não sei mais se vale a pena viver unicamente de você. Ultimamente eu tenho me alimentado de outros e é o que tem me feito ficar mais perto, cada vez mais perto de mim. Experimente, por vezes, ser a contradição. Não há nada errado nisso. Não há nada certo. Nada.
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