segunda-feira, 5 de julho de 2010
De lugar nenhum
Era uma cidade morta contra uma cidade que permitia contato, conversação, era contato contra contatados, era diversão versos “ãos” amplificados e solitários, era concreto. Era vento, era tudo contra o nada, era amizade calada contra espontânea, reprimida em concreto ou espremida em deserto ou compartilhada em fronteiras. Era mar, era terra, era areia. Era o vermelho contra azul, era o silêncio contra o som, era o grito sem ouvido ou ouvido sem o tom. Era uma coisa ou outra. Era o segredo. Era quase o mesmo, quase a mesma, era eu, sendo eu mesma, era ela sendo eu, eram todos no concreto deserto em fronteiras, eram todos. Eram eles, éramos nós, foram eles, quem sabe serão os outros, os encontros em tombos de distância, em trombetas de esperança. Foram, um dia. E os que não foram quem sabe um dia serão, buscando no passado ser o que não foram, ser o que não são. Éramos todos longe do concreto na cidade concreta, morta. Éramos nenhum na cidade viva, mas e as pessoas da viva, por que são tão mortas? Não se sabe. Era a música contra tudo. Era um sonho contra um ponto, mesmo que desequilibrado de equilíbrio. Era tudo contra o frio. A angústia contra a resposta. O cansaço contra o desconhecido, o tédio contra a liberdade. Eram tantos caminhos a serem escolhidos que a resposta foi: eu sou de lugar nenhum.
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